Tá guardado o violão
Foi herdado, né meu não.
Tá no quarto, lá no galpão
Do que eu não ouso tocar,
Eu não. É bonito o violão
Empoeirado, uso não.
Um dia acordei, pensei então
Que havia sentido não
Em viver em caixas, solidão.
Em viver em caixas, solidão.
E vestir-se do que não se ama em vão.
Lógica imprecisa de um peito
Adormecido.
E de tanto dizer não
Minha alma bem assim
De tanto ouvir não,
O violão disse sim.
Estancou meu pranto.
Desempoeirou meu sonho e
Como que por encanto, vibraram as cordas
Como que por encanto, vibraram as cordas
Que aguardavam meu canto.
(Scheilla Franca)
Lindo seu blog. Inspirador.
ResponderExcluirMágica mistura de artes tão arrepiantes.
Beijo!