Página em branco com pensamentos, poesias, fotografias, filmes, músicas, pinturas.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Reveillon


Então, tomou de minhas mãos a caneta
Parada. 
Com o cigarro na boca
E os olhos sobre o mar. 

Puxou meu braço esquerdo
Com força e sem razão.
E me cobriu com as palavras, pouco usadas:
Faça-me ou nada serei.

Por uns segundos ou mais
Fiquei pensando o quão inquisidor pode ser um poema.
Olhos sobre o mar, alma nas palavras,
Mãos sobre a página, calada.

O que o poema disse 
era ao que eu estava fadada.
A página em branco não tem linha
de Horizonte, nem céu, nem nada.

Que tal algumas ondas?
Nadar. Isso. Nadar.

(Scheilla Franca)