Uma de minhas últimas
experiências de conforto no cinema.
(Essas linhas tem tons
absolutamente pessoais. Esqueci do meu diploma de comunicação quando escrevi.
Mas ele (o filme) me fez tão bem, que não posso deixar de falar...)
Com um tom cotidiano, eu estou diante
de personagens que estão para descobrir-se e se vêem envolvidos em um tsunami
de acontecimentos e sensações que os fazem mergulhar dentro de si mesmos.
É um filme de contatos. De
toques. De sensibilidade.
É sobretudo um filme sobre
conexões, nas mais diversas dimensões que esse termo pode conter. O exterior e
o interior entram em contato. Como as três histórias e se entrelaçam. Como as
teias do destino. Como os planos da Terra e do Espírito. Matéria e Alma. Amor,
Direitos, Deveres. Fragilidades.
De experiências agigantadas,
exteriores, extraordinárias.
Mas que conduzem ao interior, a
aceitação de quem se é.
O auge do filme. O encontro com o
outro e, por conseguinte, consigo mesmo.
Aceitando os planos de sua vida
comum e não tentando negligenciá-los é que o médium consegue enxergar-se e
completar-se.
O tsunami que vivencia Cecile de
France, no início do filme, não é maior que a revolução do seu modo de encarar
as coisas no desenvolver do filme e, com certeza, não será mais impactante e
revolucionário do que aquele encontro suave de mãos, tão emblemático quanto
reconfortante.
É o reencontro. De almas (partidas,
ao meio, repartidas, divididas) que saem do eco para encontrarem-se no diálogo.
É um filme sobre encontros e reencontros.
Do conforto de ser quem se é. De ouvir o
que nos toca. De estabelecermos conexões.
Aceitação. Sossego. Calma. E
novos desafios. Sem solidão, sem a dor que atropelava o destino e nublava a
visão dos personagens. E o tsunami dá lugar à serenidade.
São só sensações.