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terça-feira, 17 de maio de 2011

Estilhaço



Sua doçura é vil
Quando me reparte aos pedaços
Centenas a mil
Com o único intuito
Simplório e ardil
De me levar uma parte
Souvenir de abril

E ao cair no chão
O estilhaço vira tempo
O tempo vira espaço
E eu me transformo
Nos minutos que vivemos
Nas músicas que ouvimos
E no valor que não demos

Agora o que nos resta
O quinhão da saudade
A vagar pela cidade
Espalhando nossas centenas
Pra que alertem
Os corações ainda inteiros
Que antecedem esta cena.

E eu não vou mentir
Que tudo que faço
É pra me ver em estilhaço
E ter de mim um pedaço
Junto ao teu coração de porvir.
Dançando esta cena, sorrateira,
Não finjo, posso até mesmo sorrir.


(Scheilla Franca) 

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